Quando falamos de Cuba, não existe resposta fácil. É uma pena que essa
polarização na qual o Brasil foi imerso tenha produzido tantas falácias
sobre o país, que não sobrevivem a um dia de caminhada em Havana.
Desconfie de quem demoniza e também de quem não enxerga qualquer
problema.
Advogada brasileira em Cuba: O sistema político é interessante e está bem longe de ser uma ditadura
Por Anjuli
Não tenho aqui a pretensão de dizer o que é ou não a verdade sobre o
Cuba e o regime, mas, apenas, de falar sobre o que vi nesses 18 dias -
com a ressalva de que é difícil falar sobre um sistema tão diferente do
nosso sem ser simplista.
(...) A saúde aqui é pública, universal e gratuita, com indicadores de
expectativa de vida e mortalidade infantil de dar inveja a muitos países
desenvolvidos. São muitos hospitais e não há filas.
Educação, que é
gratuita. Todos têm acesso ao nível básico e também ao superior. É bem
difícil encontrar aqui alguém que não tenha, pelo menos, uma graduação.
Boa parte dos habaneros também fala mais de um idioma.
Livros e medicamentos são altamente subsidiados pelo
governo e, quando não são entregues gratuitamente, custam centavos para a
população.
A tarifa do ônibus é 6 centavos de reais.
Não
pessoas passando fome ou sem teto. Na época da revolução as casas foram
distribuídas de forma igualitária à população, e quem mais hoje precise
de um lugar para si obtém um financiamento do governo proporcional ao
seu salário.
Desde que nasce, todo cubano recebe uma cesta básica (chama-se canastra
básica) ao início de cada mês, com arroz, feijão, açúcar, azeite,
frango, café e ovos. As crianças também recebem diariamente uma garrafa
de leite até os 7 anos de idade.
Há acesso garantido à cultura e ao esporte. Eventos e museus têm entrada
gratuita para cubanos, e, nos bairros, são oferecidas de graça aulas de
diversas modalidades desportivas - não à toa, Cuba é sempre medalhista
nas Olimpíadas. (...)