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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Falar bem o Português não é norma culta

O ensino da Língua Portuguesa é uma questão de democracia. É colocar no mesmo patamar de domínio de expressão na sua língua materna alguém vindo da classe pobre e das outras. É dar a todos a mesma oportunidade, numa entrevista de emprego por exemplo, de ser avaliado pelo seu conhecimento técnico e não ser excluído do processo seletivo por não saber se expressar adequadamente para o ambiente de trabalho. Sim. Existem vários padrões de linguagem. Existe a maneira de falar que se usa em casa, na família, ou no ambiente de trabalho entre amigos, ou nesse mesmo ambiente de trabalho, mas se dirigindo aos chefes, aos superiores, e por aí vai. Permitir que todos que realizaram os 12 anos da escola básica tenham condições de se expressarem conformemente a cada ambiente social é democracia linguística. Nada tem a ver com preconceito. O cuidado do bem aprender e de se expressar corretamente em sua língua materna estimula a busca por excelência em outras áreas do conhecimento.

Não é casual que os ministros que notoriamente desprezam e desconhecem a língua portuguesa, cometendo aberrações, são justamente os que demonstram desprezo e desconhecimento de seus respectivos objeto de trabalho: o ministro da Justiça em relação ao cumprimento das leis, e o ministro da Educação, com um currículo escolar medíocre, se vinga da comunidade acadêmica atacando Paulo Freire, reduzindo os investimentos nas escolas, universidades, ensino, pesquisa e extensão.


im, o comandante da educação no Brasil escreveu "insitaria", com "s", em lugar de "incitaria". A mensagem é das 12h33. Deve ter sido alertado para esse erro ao menos. Corrigiu. Há outros índices de, como posso dizer?, incompatibilidade entre o ministro e a língua portuguesa, mesmo em mensagem tão curta. Ele vai ficar curioso, e eu normalmente deixaria a questão de lado. Mas é ministro da educação. O "algumas nas quais" é coisa de gente que levaria pau em redação do Enem. Ele quis dizer "segundo as quais". Falta uma vírgula depois de "25 anos" — mudança de sujeito requer a dita-cuja, mesmo antes do "e".... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/03/ministro-da-educacao-evidencia-alfabetizacao-precaria-alem-das-bobagens/?cmpid=copiaecola

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